A morte do salvador, um desencontro

Homem mata desconhecido que salvou o filho
Imagem: O Tempo

Sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória – I Coríntios 2:8

A frase “A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida” é de Vinicius de Morais.

Ela ilustra uma história muito triste, mas muito significativa do nosso tempo em que a futilidade e a banalidade se impuseram sobre o heroísmo e o amor ao próximo.

Em Verdelândia (MG), onde o crime ocorreu, dois homens brigaram por motivos fúteis, num bar. A vítima, logo em seguida, foi para sua casa. O outro envolvido na discussão, resolveu, então, ir à sua casa, onde apanhou um revólver e retornou ao bar. Com a ajuda de um amigo, foi até a residência da vítima e efetuou vários disparos contra ela, sem qualquer chance de defesa.

O irônico e chocante nesta situação, além da própria morte, é que um dia antes do crime a vítima havia salvado a vida do filho do suspeito, que estava se afogando em um rio.

A delegada responsável pelo caso explicou que o homem, que havia chegado à cidade poucos dias antes, teria ficado muito agradecido, mas não chegou a ver quem seria a pessoa que salvou seu filho, apenas ficou sabendo que foi o marido de uma conhecida. No entanto, no dia seguinte, por motivos banais, o homem atirou contra a pessoa que resgatou a criança. Aquele que teve o filho salvo matou o salvador da criança.

O destino não perdoa motivos fúteis, nem ingratidão. Uma estória que tinha tudo para ter um final feliz e ser registrada como exemplo de heroísmo e amor à vida teve um final trágico a partir de uma briga de bar por motivos banais.

Em uma cidade com pouco mais de 9.000 habitantes a história teria tido um final totalmente diferente se este pai tivesse se interessado em agradecer pessoalmente ao homem, marido de uma conhecida, que evitou a morte do seu filho.

Se notícias boas corressem tão depressa como as notícias ruins, o assunto daquele bar no dia seguinte, por ser uma cidade tão pequena, onde quase todos se conhecem, não seria banal. Um encontro de gratidão teria evitado um desencontro tão trágico.

Algo parecido foi ressaltado pelo apóstolo Paulo: se tivessem conhecido o que aconteceu e tivessem sabedoria, jamais teriam matado o Salvador.

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